O Príncipe Jean d'Orléans é, para os orleanistas, Sua Alteza Real o Conde de Paris, que o consideram como Chefe da Casa Real da França; já para os Legitimistas, que consideram o Chefe da Casa Real da França Sua Alteza Real o Príncipe Loius de Bourbon, Duque de Anjou, Jean d'Orléans é chamado de Sua Alteza Sereníssima o Duque de Orléans, Príncipe de Sangue da França.
Mas, independente de como você prefere o chamar, o fato é que este Príncipe de Sangue de França vive um drama: expulso pela Fundação Saint-Louis dos "Domínios de Dreux", onde morava com sua esposa e filhos.
O Duque de Orléans "conde de Paris" leva algumas malas no carro. Ele sai para a estrada com a princesa Philomena e seus filhos. Seguiram para o sul. Gastão (seu filho mais velho) e os seus irmãos deixam para trás às galinhas, os últimos tomates que amadurecem na horta, as grandes árvores do parque da Capela Real que abrigavam as brincadeiras suas brincadeiras infantis. A família Orleans coloca Dreux de lado. Jean de Orléans tem o coração pesado, mas a alma determinada.
Fato é que a Fundação Saint-Louis é a proprietária dos "Domínios de Dreux", que antes haviam sido propriedade do avô do atual Chefe da Casa de Orléans, e este, prevendo que seus herdeiros venderiam seus bens, decidiu criar uma fundação, com o intuito de salvaguardar o pouco do patrimônio que restava a família Orléans.
Todavia, desgastes e pequenos desentendimentos diários entre a Fundação Saint-Louis e o Duque de Orléans e sua família, fez com que estes tivessem de abandonar Dreux.
"Esta não é um exílio ou uma fuga. Estou apenas colocando minha família fora daqui, enquanto a situação é resolvida"
Jean, Duque de Orléans
Fundada pelo avô do atual "conde de Paris", justamente "para preservar o patrimônio da família Orléans", administra o domínio de Dreux, mas também o de Amboise (Indre-et-Loire). Ela é proprietária da capela e da casa de Philidor, mas a Duquesa de Montpensier e seus filhos, incluindo o Príncipe Jean, têm o direito de usar a casa.
Uma situação deletéria desde o retorno do Príncipe Jean e sua família à propriedade de Orléans que a fundação Saint-Louis não aprecia.
As relações entre o Príncipe Jean e alguns dos representantes da Fundação sempre foram tensas. Com a morte de seu pai em janeiro de 2019, o príncipe Jean, que se tornou o novo Chefe da Família Orléans, também se tornou presidente honorário da Fundação. Na época, ele esperava que as relações se acalmassem. Mas a situação continua piorando e a crise do coronavírus só piorou as coisas.
“Aproveitaram este período para estabelecer um regulamento de quatro páginas a pretexto da segurança sanitária. Este documento, que não reconheço nenhum valor jurídico, é, de fato, apenas um conjunto de medidas dirigidas a nós”.
Jean, Duque de Orléans
O “conde de Paris” dá um exemplo: “Uma das medidas obriga-nos a não entrar mais no domínio pela porta principal, mas a fazê-lo pela passarela onde se pretende instalar um portão eléctrico: uma despesa desnecessária, absurda e perigosa, já que a passarela que domina as moradias não é feita para suportar carros. "
O Duque de Orléans não se sente mais livre, “observado por alguns funcionários, espionados por câmeras de circuito interno de TV". E, mais ainda, machucado pelo destino de sua esposa e filhos.
“Eles sofrem comentários depreciativos e vexames quase que diariamente. Um dia é um comentário sobre o cachorro, no dia seguinte é uma das galinhas que foi esmagada, depois é a horta que se torna inacessível... "
Jean, Duque de Orléans
Ele acredita que as “quatro pessoas que têm participação na diretoria da Fundação não gostam de quem nós somos. Não gostam da naturalidade e da liberdade das crianças, não gostam que sejamos. Uma família. Quanto mais energia você desdobra para consertar as coisas, mais ela se deteriora. É o fenômeno do buraco negro que absorve sua energia para destruí-lo melhor".
A tão apreciada vida entre a natureza, plantando legumes, tendo galinhas e uma vida que possa permitir que as crianças cresçam mexendo com a terra, sempre foi uma forma de vida predileta para muitas famílias da Nobreza e da Realeza, como os Orléans-Bragança, que depois de voltarem para o Brasil foram morar em um sítio no Paraná, onde o então Chefe da Casa Imperial do Brasil trabalhou como agricultor por muitos anos. Porém isso agora tornou-se "impossível" ao Chefe da Família Orléans.
Fato é que agora o Duque de Orléans, ou "conde de Paris", como preferir chamá-lo, pretendente orleanista a ser o "Rei dos Franceses", cuja situação econômica sempre foi muito difícil, agora está "sem um teto para chamar de seu" e abrigar seus familiares...
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