Sua Alteza Real o Príncipe Ernst August, Príncipe Herdeiro de Hanôver, Duque de Braunschweig e Lüneburg Königlicher, Príncipe do Reino-Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, decidiu dar uma entrevista aos jornalistas do jornal alemão Hannoversche Allegemeine, mais conhecido como HAZ.
Filho de Sua Alteza Real o Príncipe Ernst August V, Chefe da Casa Real de Hanôver, que é casado com a Princesa Caroline do Mônaco, Ernst August fala sobre sua família, sobre suas ambições e como é morar no Castelo de Marienburg, que nos últimos 150 anos tem sido um dos Castelos mais emblemáticos da Alemanha.
Traduzido pela Equipe de Redação da Revista Digital MUNDO DA NOBREZA.
Os jornalistas do jornal alemão Hannoversche Allegemeine chegam logo sedo ao Castelo de Marienburg, construído há 150 anos pelos Reis de Hanôver, mas que, pelo bom gosto da construção parasse ter sido erguido no período medieval. As paredes são revestidos com madeira de carvalho, revelando muito bom-gosto, e em vários salões vêem-se quadros dos antepassados de Ernst August.
- Estou muito feliz no Castelo de Marienburg, revela logo de início o Príncipe Ernst August. Quando eu era criança, que costumava vir aqui durante as
férias - Natal, Páscoa, Pentecostes. Esta sempre foi uma casa para mim, e este
ainda é o caso hoje.
Os jornalistas são convidados a irem para um dos salões no primeiro andar, onde fora preparada uma mesa para o chá. O Príncipe, de mais de 30 anos, fala de forma controlada, mas ainda tem o entusiasmo de criança ao lembrar momentos felizes. Cabelos grossos e escuros, em contraste com os olhos azuis celestes.
Ernst August, que ainda é o Príncipe Herdeiro da Casa de Hanôver, que já reinou sobre parte da Alemanha e sobre a Inglaterra, Escócia, Gales, Irlanda, além dos demais países da Comunidade das Nações Britânicas, age há alguns anos como se fosse o Chefe da Casa Real de Hanôver, uma vez que o pai, Ernst August V não parece se preocupar muito com os afazeres que lhe cabe como Chefe da Casa Real.
Questionado como é seu relacionamento com seu pai, Ernst August diz de forma discreta:
- Meu pai está sempre presente, mas de forma distante.
Ernst August foi chamado a tomar conta de Marienburg há alguns anos, e também de toda a grande extensão de terras que compõe ainda hoje o patrimônio da Casa de Hanôver, em um país como a Alemanha que fez questão de não confiscar os imóveis da Realeza após a implantação da república em 1918.
- Somos a única Casa Real que não abdicou - conta Ernst August von Hannover- as demais Casas Soberanas abdicaram formalmente quando da implantação da república em 1918, mas como Hanôver havia sido tomado pelo Reino da Prússia, nunca tivemos de abrir mão de nossos direitos ao Trono.
Quando questionado se realmente imagina que algum dia a Monarquia possa ser Restaurada, Ernst August fala com ironia:
- Não passo muito tempo de meu dia fazendo planos de como Restaurar a Monarquia. Além do mais, não encontro advogados que possam vir a me defender no futuro por causa disso, brinca o Príncipe, com uma piscada de olho.
Este Príncipe, que até mesmo tentou ser jogador profissional de futebol na Inglaterra, quer ser visto longe da figura de "príncipe encrenqueiro" que sempre rodeou seu pai. Quando questionado qual sua relação com o Principado de Mônaco, fala secamente:
- Mônaco não é minha terra. Eu não sou de lá, sou de Hanôver.
Mas também diz que já foi a Mônaco algumas vezes "visitar minha irmã", referindo-se a Princesa Alexandra de Hanôver, de 14 anos, filha de seu pai e da Princesa Caroline de Mônaco.
Nas últimas décadas, a família foi discreta em sua vida
social na Alemanha. Ernst August, nascido em 1983 em Hildesheim, cresceu em
Londres. Bilíngue. Cresceu "Em uma casa normal," diz ele. Embora na
sala de estar se encontrassem fotos de antepassados, como a Princesa Sophie ou
George I do Reino Unido, e o pai lhe explicava ocasionalmente de quem se
tratava. "Mas antes, eu dificilmente seria capaz de dizer quem eram."
Seja na escola alemã, seja no colégio interno em Worcestershire, quer em
estudos de economia em Nova York - em todos os lugares que ele era apenas
"Ernst Hannover". Ele trabalhou no banco de investimento islâmico, um
fundo supervisionado projetos de energia - e ninguém percebeu que ele era
membro da mais antiga casa nobre da Alemanha.
Isso mudou há dois anos, quando ele começou com mais frequência
a assumir as funções de Chefe da Casa Real. Era algo como o retorno de sua
família. Como um filho pródigo, ele foi recebido por muitos em Hanôver.
Inquieto com ele nem sempre foi. "Este é o lugar onde mais atenção é
focada em mim do que em Londres", diz ele. Em Hanôver, de repente você
pediu-lhe para falar palavras de saudação que lhe ofereceu membro honorário.
Prefeito e primeiro-ministro foram fotografados com ele. "Eu não pensava
que isso seria assim", diz ele, e fala de modo a se perceber como ele
próprio foi surpreendido com a mudança.
"A questão da saudação adequada é a pergunta mais
difícil", diz o príncipe Ernst August de Hanôver diz o Príncipe pondo a mão
sobre o rosto, como ele faz de vez em quando, quando ele luta com ele mesmo.
Uma e outra vez a questão é colocada para ele. Muitos querem saber qual é a
forma correta de saudação em nossos dias, e se “Sua Alteza Real” ainda é
apropriado. Alguns realmente usam "Sua Alteza Real" para falar com
ele e esperam um pouco para ver como ele reage. "Mr. Prince of
Hanover" é utilizado por alguns, e aparece até mesmo que republicanos
obstinados preferem chamado de "Ernst August" o que, para o Príncipe,
soa muito pessoal.
O nome completo, ele é "Ernst August Andreas Philipp
Maximilian Constantin Rolf Stephan Ludwig Rudolph". De qualquer forma, ele
não consegue dizer o nome inteiro de cabeça. pelo menos não sem considerar
brevemente se Ludwig vem antes ou depois de Rudolph. De qualquer forma, em seu passaporte
consta como "Príncipe de Hanôver, Duque de Brunswick e Lüneburg Príncipe
Real da Grã-Bretanha e da Irlanda". Sem contar que em seu passaporte
britânico é mencionado oficialmente como “Sua Alteza Real”.
Estas são questões que Ernst August somente aprendeu a lidar agora. "Eu sei que a Nobreza perdeu seus direitos, mas também aprendi que algumas famílias estão entrelaçadas com a história de alguns lugares, de modo que representam algo", diz ele rapidamente, enquanto bebe sua água. E, sem querer parecer arrogante, o que não combinaria com ele, fala "Eu sei que eu tenho, portanto, uma obrigação".
Ernst August lembra há dez anos, quando teve de comparecer a um leilão que vendeu numerosas obras de arte do castelo de sua família. A decisão da venda foi de seu pai, para arrecadar dinheiro. O Príncipe Herdeiro de Hanôver não gosta de lembrar o tema, mas diz, na tentativa de amenizar a lembrança que Um monte de peças vendidas manteve-se na região", diz
ele. E muitos tesouros de arte estavam anteriormente em más condições e através
do leilão foram parar em boas mãos: "Qualquer um que tenha comprado algo
saber sobre sua história - assim tenho visto muitas peças obtidas apenas com a
venda de um valor."
Recentemente, lembra de ter passado com a irmã mais nova próximo a uma estátua do Rei George IV, e lhe disse que "este é um antepassado seu".
-É justamente esta parte da herança que não se pode renunciar, caso se tenha nascido um príncipe, diferente do filho de um padeiro- diz o Príncipe de Hanôver.
Sobre o Castelo de Marienburg, Ernst August fala:
- Até 2004 o número de turistas era de 35 mil visitantes ao ano. Após esta data, quando assumi a direção do Castelo, o número chegou a 200 mil visitantes ano passado.
Na verdade muitos turistas vem visitar o Castelo de Marienburg para ver a exposição ,,Der Weg zur Krone", ou seja, "os Caminhos para a Coroa", na qual são expostas numerosas joias da Coroa de Hanôver.
- Somos o Castelo mais visitado do Norte da Alemanha - lembra o Príncipe.
Linda História, a de um belo Príncipe!!!
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